quinta-feira, 7 de junho de 2012


Nada como começar pelas relações íntimas... ehehehe as que doem, as que nos serenam, as que se controem...

"Welwood disse que o verdadeiro amor existe quando amamos pelo que sabemos que aquela pessoa poderá chegar a ser, não somente por aquilo que ela é. Creio que estar enamorado e amar são estados que vão e vêm numa relação. No início, em geral, há um período de paixão em que se mistura o que eu imagino , o que projecto naquela pessoa. Então coloco o meu homem ou mulher ideal nesse ser humano que tenho à minha frente.

O enamorar-se é uma relação comigo mesmo, embora escolha determinada pessoa para projectar o que sinto.

(...)

Creio que as relações passam por momentos de enamoramento, momentos de amor, momentos de ódio...Na realidade o amor e o ódio estão muito próximos. Nunca odiamos tanto alguém como aquele a quem amamos.  (...) É saudável aceitar que isto seja assim. Vamos navegando na relação, que verdadeiramente se mantêm se nos mostrarmos, se formos conscientes do que se passa conosco, se não o negarmos ou não agirmos como se nada se passasse.

(...)

Consciência é a grande palavra. sejamos conscientes daquilo que se está a passar conosco, entreguemo-nos a isso. Assim se contrói o vínculo.
O recurso é sempre o mesmo: centrar-nos. Só se eu estiver dentro de mim é que poderei gerir situações difíceis.

(...)

Se eu não me mostrar, ninguém poderá amar-me.
Em todo o caso, amarão o meu disfarce, como tu dizes, e isso não me serve."

Ai que dá para pensar...

Amar de olhos abertos
Jorge Bucay e Silvia Salinas

3 comentários:

  1. Bem vinda!
    Ouvi um dia um dia uma frase... como podemos dizer que amamos alguém se não soubermos o que é amar o nosso eu. O amor próprio é a chave, se não nos mantivermos fieis à nossa essência como poderá o nosso companheiro(a) acompanhar-nos se não nos reconhece? O outro nunca é nosso... embora a sociedade nos obrigue a rótulos..."o meu namorado...", "o meu marido"...
    Ninguém é perfeito, se o fossemos não seriamos humanos e muito menos exista o amor.
    :P

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  2. E como podemos estar em relação senão nos conhecemos? O limite muitas vezes é ténue... o limite de mim e o limite do olhar do outro... Afinal o que significa ser fiel a nós..?

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  3. Jorge Bucay, só percebe quem já leu!!!! :)
    Lili, por vezes as relações também nos ajudam a descobrimo-nos a nós mesmos!
    Como pessoas que somos, vivemos em relação, com a família, com os amigos, com os colegas, com o amado, com quem for! Somos, em grande parte, o que retiramos dessas relações, pelo que podemos dizer que nunca nos conhecermos realmente, porque vivemos em constante mutação!
    Temos a nossa essência, aquilo que faz de nós diferentes de todos os outros, e devemos-nos amar a nós mesmos por isso!
    Não nos podemos é condenar a estar numa relação, quando nos conhecermos verdadeiramente, porque nós nunca nos vamos conseguir conhecer a 100%.
    Temos aceitar estar com o outro, enquanto processo de conhecimento individual e conjunto, e talvez aí seja mais fácil!

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